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Justin Yifu Lin acredita que uma das marcas distintivas da Meta do Segundo Centenário da China – "construir um país socialista moderno até 2049" – deve ser que o PIB per capita da China atinja pelo menos metade do dos EUA. Desde que sua economia atingiu o patamar de maior economia mundial no final do século XIX, os Estados Unidos estabeleceram práticas para conter um país quando este alcançasse 60% do PIB estadunidense, tornando-se a segunda; o Japão, nos anos 1980, foi um exemplo disso. Atualmente, como o PIB da China, calculado pelas taxas de câmbio do mercado, atingiu 70% do estadunidense, os EUA estão jogando novamente o mesmo truque velho. Lin argumenta que a China é mais do que capaz de liderar a nova Revolução Industrial para romper o bloqueio tecnológico dos Estados Unidos e atingir sua meta de segundo centenário. Atualmente, as sete províncias e municipalidades com os maiores PIB per capita da China atingiram 54,5% do PIB per capita dos EUA usando a taxa de câmbio PPP (paridade do poder de compras), aproximadamente a mesma proporção do PIB per capita da Alemanha comparado com o Reino Unido quando os alemães lideraram a Segunda Revolução Industrial no final do século XIX. Além das condições materiais, a China também possui capital humano abundante, um mercado gigante e um setor industrial de escopo abrangente, garantindo as vantagens sobre os EUA na liderança da nova Revolução Industrial. Em resposta às críticas dos economistas liberais sobre a intervenção do governo na economia por meio da política industrial, Lin insiste que o governo deva, ao invés disso, implementar com firmeza e ousadia a política de apoio à nova Revolução Industrial. A orientação ativa e produtiva do governo para superar as falhas do mercado é necessária para o desenvolvimento de novas tecnologias e indústrias – seja na fase de recuperação de atraso, seja no estágio de liderança.
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As recentes reuniões de alto nível entre a China e os Estados Unidos suscitam a especulação de que os Estados Unidos estejam reajustando sua política em relação à China. Nesse artigo, Zhao Dingxin argumenta que é crucial que a China evite a "armadilha do amortecedor" na gestão dos laços com os americanos. Embora o país norte-americano tenha vantagem absoluta em termos de localização geográfica, poderio militar e atração de talentos, não consegue efetivamente realizar reformas sociais ou progressistas por causa de sua estrutura conservadora. Como resultado, os protestos pela morte de George Floyd em todo o país e Assalto ao Capitólio liderado pelos apoiadores de Donald Trump são exemplos dos vários problemas sociais emergentes. Os Estados Unidos têm historicamente aliviado as tensões sociais por meio da expansão fronteiriça a oeste ou de guerras. Por exemplo, o envolvimento do país na Segunda Guerra Mundial após o ataque do Japão ao Pearl Harbor foi a oportunidade perfeita para superar a Grande Recessão e conduzir à sua prosperidade. O Japão se tornou o amortecedor que "fez a América grande novamente". Zhao acredita que no caso de as questões internas desse país ficarem sem solução, os efeitos colaterais inevitavelmente atingirão primeiro a China. O gigante asiático não deve subestimar o poderio e a capacidade criativa estadunidenses. Ela deveria encarar a noção de "declínio estadunidense" com cautela e continuar sua abordagem ganha-ganha para a diplomacia. A cooperação com e simultânea resistência ao Ocidente são necessárias para quebrar a aliança liderada pelos Estados Unidos contra o país. A China, sob nenhuma circunstância, deveria tornar-se o amortecedor no processo de "destruição criativa" dos Estados Unidos.
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As recentes restrições de eletricidade em algumas regiões da China refletem um grande déficit na cadeia de fornecimento de energia elétrica. De acordo com Wang Jian, a escassez de energia será o maior obstáculo no caminho do país para se tornar a maior economia do mundo. De acordo com os dados demográficos oficiais, a população urbana da China era de cerca de 45% em 2020. Comparativamente, a taxa de urbanização no Japão e na Coreia do Sul atingiu 80% a 85% nos anos 1970 e 1980, respectivamente. Caso a China alcance um nível semelhante de urbanização, isso implicaria que aproximadamente 800 milhões de habitantes (de 1,45 a 1,5 bilhões) tenham se mudado do campo para a cidade. Nesse cenário, a produção industrial chinesa precisaria aumentar 3,5 vezes para atingir os 100 trilhões de yuanes (US$ 15,2 trilhões) e, assim, atender a essas demandas astronômicas. Desse ponto de vista, a economia da China ainda tem um potencial substancial. Entretanto, o país encontrará um obstáculo energético mais difícil de superar em comparação com os países que conseguiram “superar o atraso” com sucesso. Os EUA, por exemplo, tiveram acesso a uma abundância de recursos energéticos para sua emergência como superpotência mundial no período das duas Grandes Guerras, uma vez que 70% das fontes de energia recém-descobertas estavam no continente norte-americano. Além disso, os países desenvolvidos mudaram gradualmente o foco da economia virtual de volta para a economia real desde 2016. Se a economia real do Ocidente se fortalecer, o aumento da demanda de energia causará uma disputa intensa de recursos com a China. É por isso que Wang argumenta que a China só poderá se tornar a economia mais forte do mundo se conseguir superar as restrições energéticas até 2050.
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No mês passado, no seu discurso no debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Biden mencionou seis vezes a palavra "ataque", quatorze vezes a palavra "ameaça" e oito vezes a palavra "aliados", sem disfarçar seu ponto de vista centrado nos Estados Unidos. Em seu artigo, o professor Yin afirma que a intervenção do líder estadunidense não se mostrou nada além de uma declaração imperialista de guerra que viola o espírito da ONU. Tal discurso evidencia a convicção de Biden em trazer a guerra de volta ao mundo, especialmente contra os países em desenvolvimento não "aliados" reprimidos pela potência hegemônica. Em contrapartida, o presidente chinês Xi referiu oito vezes a palavra "cooperação" e cinco vezes a palavra "multilateral" em seu discurso, refletindo a perspectiva de uma ordem mundial baseada no multilateralismo e na diversificação. O autor explica que, nos últimos 80 anos, graças ao movimento anti-imperialista dos países em desenvolvimento, incluindo a China, a Organização das Nações Unidas passou de uma aliança militar para uma organização internacional que promove um desenvolvimento pacífico e igualitário da ordem mundial. Os países em desenvolvimento conceberam uma ordem mundial diferente, desencantados com as narrativas do imperialismo centrado no Ocidente sobre o processo de cooperação sob "internacionalismo". O fato de os EUA terem forjado uma aliança política e militar com a Austrália e o Reino Unido para inibir a China pouco antes da Assembleia Geral da ONU sinalizou seu desprezo pelo valor de ordem mundial igualitária representada pela organização. O autor sugere que a paz sob a ordem global hegemônica dos EUA é de curta duração. Por esta razão, os princípios e valores da ONU só são defensáveis pelos países em desenvolvimento anti-hegemônicos.
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Na reunião comemorativa do 110º aniversário da Revolução de 1911 ou Revolução Xinhai (辛亥革命 xīn hài gé mìng), no último 9 de outubro, os comentários do presidente Xi Jinping chamaram grande atenção na internet chinesa. O historiador Zhang Haipeng analisa os motivos pelos quais o PCCh tem realizado grandes cerimônias para marcar esse evento histórico desde a fundação da República Popular da China. Em primeiro lugar, o partido pretende aprender e levar adiante o espírito indomável da revitalização da China, iniciado pioneiramente por Sun Yat-sen (孙中山Sūn zhōngshān) e outros revolucionários no processo de modernização socialista. Em segundo lugar, a consolidação de uma frente única patriótica mais ampla em direção à unificação nacional é uma das principais prioridades do partido. O significado da Revolução Xinhai reside na derrubada da Dinastia Qing (1644-1911), que encerrou o regime imperial e feudal de 2.000 anos de duração e criou a república democrática burguesa. Foi um movimento de libertação ideológica, trazendo mudanças no sistema político, nas relações exteriores, na economia social, na educação, na cultura, nos costumes e nas ideias da China, entre outros. Zhang argumenta que a Revolução Xinhai oferece lições valiosas para os esforços revolucionários subsequentes e preparou o caminho a seguir, apesar de não ter completado a tarefa anti-imperialista e anti-feudal. Pode-se dizer que a Revolução da Nova Democracia liderada pelo PCCh representa uma continuação da Revolução Xinhai. Zhang argumenta ainda que foi o fracasso da Revolução Xinhai que levou Sun a explorar um novo caminho para o desenvolvimento da sociedade chinesa. Nos últimos anos de sua vida, Sun apresentou as ideias tais como "terra para o lavrador" (耕者有其田 gēng zhě yǒu qí tián) e a regulamentação do capital. Como seguidor de Marx e do Marxismo, Sun enfatizou repetidamente que o Socialismo e o Comunismo seriam o caminho de desenvolvimento que a China seguiria.
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